Vou tentar explicar como tenho feito com a minha criação de copodopes.
Primeiro deverá haver um recipiente de plástico, com litragem superior a 10 litros, de preferência opaco. No meu caso optei por fazer um aquário de 40x30x30cm, de vidro com tratamento exterior a preto. Optei por colocar tampa de acrílico transparente com 2 orifícios que servem de arejamento e local de introdução de sondas de ar.

Tem um orifício no fundo para permitir a colheita de copodopes e trocas mais fáceis de água, com uma torneira de plástico.
A água salgada fiz com água de osmose e sal adequado para aquários marinhos. A densidade tolerada pelos copodopes é muito ampla, mas aconselham que deverá ser como nos nossos aquários, ou seja, 1.020 a 1.025. Optei por ter a densidade perto de 1.025 porque adiciono o fitoplâncton dissolvido em água de osmose e como a evaporação nesta altura do ano é mínima a densidade vai diminuído progressivamente.
O aquário, no meu caso, fica numa arrecadação no exterior da habitação, mas como vivo na Madeira a temperatura é sempre amena optei por não colocar termostato. Do que li os copodopes toleram bem temperaturas altas e baixas, não sendo habitualmente necessário termostato. No entanto dizem que se em locais de temperaturas muito baixas se se notar um ritmo de reprodução muito baixo se pode tentar colocar um termostato para obter temperaturas mais altas.
Não é necessário adicionar luz, mas aconselham que se mantenham num local sem luz directa, mas com claridade. Os copodopes são serem essencialmente noctívagos, mas deverá ser necessário a diferença de luminosidade para a percepção de noite/dia, para o seu melhor desenvolvimento.
Apesar de se alimentarem de detritos normais num aquário e restos de comida (como por exemplo flocos) para a sua criação opta-se por fitoplâncton. Penso que pela menor probabilidade de “estragar” a qualidade da água. Apesar de normalmente se utilizar a microalga mais fácil na aquacultura, a Nannochloropsis, não parece ser a opção ideal para a criação de copodopes porque será mal digerida por estes e ser pouco nutritiva. A ideal seria a Isochrysis (conhecida como t-iso) mas parece que será mais difícil de cultivar, para além de ter um “cheiro” menos agradável. Neste momento, como já havia referido, estou a usar uma pasta congelada de concentrado de Nannochloropsis, que dissolvo em agua de osmose e administro conforme as necessidades uma vez por dia, para manter a agua com um tom verde claro. Brevemente vou tentar a cultura da t-iso.

Outra necessidade é a administração de ar, com uso de uma bomba simples. Coloco no aquário através de um tubo rígido que fica no fundo, a um ritmo de mais ou menos uma bolha por segundo.
Dos cuidados diários temos de avaliar a existência de sinais de acumulação de nitratos e amónia, que são a existência de bolhas junto dos bordos do aquário, que não se dissolvem como normalmente, cheiro desagradável da água e o declínio da população de copodopes. Se se notar algum destes sinais fazer TPA de cerca de 50% do volume de água.
Uma avaliação rápida diária deverá constar de 4 perguntas, segundo as instruções do site brineshrimpdirect.com, que são:
1 – Tem muitos copodopes na água? Se sim, fazer colheita.
2 – Consigo ver o fundo do recipiente, usando uma lanterna? Se sim, adicionar fito.
3 – A água cheira mal ou há pequenas bolhas de ar junto das paredes do recipiente? Se sim, TPA.
4 – O nível de água diminuiu? Se sim, adicionar água de osmose.
Para a colheita podemos usar uma rede que passamos na água e “lavamos” para o nosso aquário ou refúgio. Outra alternativa para colheitas de maior quantidade de copodopes é passar a água por vários filtros de diâmetros diferentes para poder separar copodopes adultos de juvenis ou ovos.



Fico à disposição para perguntas, comentários e críticas.
Abraço a todos e obrigado pelo interesse.