
As Heliofungia são corais que se podem encontrar em lagoas sobre a areia, tal como as fungia, e esse aspecto tem de ser levado em conta.
Este artigo despertou muito a minha atenção, não só pelo facto de se tratar da Heliofungia, mas particularmente da sua propagação. Lembro-me em 2006 aquando do evento do reefforum, a resposta que o Anthony Calfo deu relativamente à propagação da Heliofungia pouco depois de ter estado a cortar Fungia, Lobophyllia, etc... e na altura foi desencorajante ... mas fascina-me que estes anos volvidos as coisas mudaram ... e mais irá mudando e evoluindo à medida que o conhecimento progride ... e deste modo contribuímos para a diferença numa protecção pro-activa do meio natural, evolução do conhecimento sobre o mesmo e isso é muito positivo.
Espero que gostem e que sirva de incentivo para transpor mais esta espécie para o domínio do meio doméstico, da aquacultura.
Pedro Nuno



REEFSMAGAZINE
Manhattan Reefs
Propagar a Heliofungia
Por: Robert Loren
Artigo original: Propagating Heliofungia
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Traduzido Por: Pedro Nuno Ferreira
O coral disco de tentaculos longos ( Heliofungia actiniformis) é um coral activo e impressionante, capaz de adicionar uma mancha de cor e movimento a qualquer disposição de recife. Embora notoriamente intolerante a danos no tecido, a Heliofungia tornou-se um coral popular muito procurado no universo dos aquários de recife.

Há cerca de dois anos, andava a deambular pelas lojas locais de peixes e corais à procura de um anfitrião/hospedeiro adequado para os meus peixes palhaço Percula (NT:Amphiprion percula) Tinha decidido não colocar uma anémona devido às suas tendências de mobilidade e reprodução inevitável. Ora justamente antes de sucumbir à tentação de mais outra compra de uma Euphyllia, dei com uma ampla variedade de Heliofungia. Não tendo mais do que uma nota amarrotada de 50 US Dollars, escolhi uma.
Na manhã seguinte, a aparentemente pequena Heliofungia apresentava uma extensão de pólipos incrível, abafando vários corais e tridacnas. Para acomodar este Behemoth (NT - http://pt.wikipedia.org/wiki/Behemoth ... Atendendo a que se trata de um ser marinho, talvez ficasse melhor Leviatã dado ser esse o monstro do mar enquanto que Behemoth é o monstro da terra e Ziz é o monstro do ar!!!...mas para respeitar o que o autor escreveu, mantenho Behemoth que neste caso significa monstro ou como poderíamos dizer em Português para referir algo enorme, Mastodonte/Leviatã

Para acomodar este coral behemoth, re-dispus imediatamente os corais, tridacnas e rocha viva envolventes.
Como os meus gostos de corais começaram a mudar, e o espaço no meu aquário de recife com volume de 90 litros se tornou escasso, era tempo da Heliofungia sair. Ora em vez de a devolver à loja de aquariofilia de onde veio e receber um crédito mínimo, decidi levá-la ao Atlantis Marine World - http://longislandaquarium.com/ que foi o Aquário onde passei os meus dias de estudante do ensino secundário como interno. Meses depois de a Heliofungia se adaptar no sistema de propagação de corais do Atlantis, achei que seria boa ideia tentar propaga-la.
Ao longo dos anos, li na literatura que a Heliofungia é muito menos resistente do que outros géneros Fungidae no que respeita a recuperar de ferimentos nos seus tecidos. Esta noção só aguçou mais o meu interesse e encorajou-me a tentar um tal feito. Embora tenha ouvido falar sobre terem muitas pessoas terem falhado, eu acreditava que com cuidados adequados e instrução poderia ser feito.
Quando se propaga um pólipo solitário grande, é crucial minimizar a transferência de calor entre a fonte de fricção (a ferramenta de corte) e o pólipo. Se o pólipo absorver demasiado calor, pode facilmente tornar-se susceptível de necrose rápida dos tecidos. Sendo este o caso, decidi que uma serra de fita para corte de diamante seria a ferramenta mais adequada para o trabalho. Não só esta serra de fita para corte de diamante proporciona um corte rápido e preciso, como também deita água no objecto a ser cortado, arrefecendo-o para eliminar o calor resultante da fricção.
Em primeiro e antes de mais nada, a Heliofungia foi forçada a retrair-se à mão. Isto reduz o contacto entre a lâmina e o tecido sensível do coral, minimizando os danos e o desgaste/stress no coral.

Depois de alguns minutos a passar a minha mão nos tentáculos, tinha-a completamente retraída e estava pronta para a incisão.

O corte foi feito perpendicular à sua boca. Isto permite à boca recuperar mais rapidamente de modo a que as duas metades possam obter nutrição apanhando e consumindo presas, ajudando no processo de convalescença.



Para ser pro-activo, fiz uma solução contendo 40 gotas de Iodeto de Potássio por cada 3,78 litros. As metades foram colocadas nesta solução durante 12 minutos. Isto foi feito para reduzir as hipóteses de infecção que poderiam potencialmente conduzir a necrose.

Apenas horas após a propagação, a Heliofungia já estava a começar a mostrar a extensão de pólipos.

Uma semana depois, a Heliofungia estava completamente expandida e a aceitar alimento.

Decorrido um mês após a divisão, a Heliofungia estava curada na incisão e lentamente recuperava massa esquelética.

Embora amplamente considerado um coral sensível, a Heliofungia provou ser incrivelmente resistente através do curso desta experiência. Em mais do que uma ocasião os fragmentos pareciam como se estivesse à beira da morte, mas foram persistentes na sobrevivência apesar de tudo.
Quando executado com o equipamento adequado e conhecimento, propagar a Heliofungia é uma forma razoável de replicar este coral tão bonito e pode até assim encontrar uma base de propagação na industria da aquacultura.
NT: Robert Loren é um estudante do ensino secundário.
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